terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Candidíase: veja como se proteger


Candidíase: veja como se proteger

O problema afeta 75% da população feminina pelo menos uma vez na vida

Por Carla Conte Fotos Fabio Heizenreder
Os ginecologistas Marcello Valle, da Clínica Origen, no Rio de Janeiro, e Afonso Nazário, do Hospital Bandeirantes, em São Paulo, explicam o que você tem que fazer para se proteger do problema.


Qual é a causa do problema? O grande responsável é o fungo Candida albicans, naturalmente presente na flora vaginal. Em desequilíbrio, ele provoca sintomasdesagradáveis como corrimento esbranquiçado, vermelhidão, coceira, queimação e inchaço na vulva. 

Em que situação é mais comum aparecer? Em caso de queda na imunidade (causada por stress ou gripe), umidade na vagina (por causa do calor e da temperatura ambiente e do uso prolongado de biquíni molhado, por exemplo) e durante a alteração hormonal típica da menstruação - todos esses fatores facilitam a multiplicação dos fungos. A doença também pode ser adquirida por meio do contato sexual, quando o parceiro está contaminado.


Quem está mais propensa? Mulheres grávidas ou que usam pílulas anticoncepcionais (o estrogênio facilita o aparecimento dos fungos), as que estão tomando antibióticos por um período longo (esse tipo de medicamento mata também as bactérias protetoras) ou que sofram de diabetes (a doença baixa a imunidade do organismo e altera o pH genital, favorecendo o problema).


Qual é o tratamento? Recomenda-se o uso de fungicidas na forma de creme vaginal ou óvulo e de comprimidos via oral, que tanto a mulher como o homem devem tomar. Nesse período, não é recomendável manter relações sexuais.

É possível prevenir? Alguns cuidados são essenciais: tirar o biquíni molhado e a roupa suada da academia o quanto antes, deixar as peças íntimas secarem em lugar ventilado (e não no boxe do banheiro), trocar regularmente o absorvente interno durante a menstruação, evitar o uso de protetores diários de calcinha (eles abafam a região, deixando-a mais úmida), vestir roupas e lingerie de algodão ou outro tecido que favorece a transpiração, dormir sem calcinha (para arejar), preferir saias e vestidos em vez de calças e roupas apertadas durante o verão.


E se eu tiver candidíase no meio de uma viagem? Recorra a banhos de assento por dez minutos, em dias alternados. Misture uma colher de sopa de bicarbonato de sódio para cada litro de água morna (fervida previamente) - o líquido deixa a vagina mais alcalina, criando um ambiente hostil para os fungos. Se você é do tipo que sempre é pega pela candidíase, peça ao seu médico uma receita para levar na viagem ou já coloque o medicamento no nécessaire.


A alimentação também pode ajudar? Sim. Os probióticos, nutrientes contidos nos iogurtes e leites fermentados, são bons aliados contra fungos, vírus e bactérias. O ácido caprílico do coco também é um potente antifúngico, assim como os óleos ricos em ômega 3 e 6. O alho idem - ele deve ser consumido cru ou em suplementos. É bom evitar doces: o açúcar refinado serve de alimento para os fungos proliferarem.


Há risco de a candidíase evoluir para algo grave? Não. Mas ela pode favorecer infecções secundárias na própria vagina ou se tornar um quadro crônico recorrente, que, embora não seja sério, é bastante incômodo. Quem vire e mexe apresenta esse problema deve procurar um médico para investigar se há alguma ligação com outra doença, como diabetes.





Livre-se da prisão de ventre e desinche a barriga


Livre-se da prisão de ventre e desinche a barriga

Dá, sim, para pôr um fim ao incômodo, que atrapalha a vida (até a sexual!) e faz a barriga inflar como um balão

Por Thaís Cavalheiro Fotos Gustavo Arrais
Travou. De novo. Você já nem se lembra qual foi sua última ida ao banheiro? Intestino de mulher é coisa complicada mesmo. Cheio de caprichos, fica preguiçoso ao menor sinal de turbulência emocional - medo de perder o emprego, ciúme do namorado, desânimo com os quilos a mais. Pode também desandar. A prisão de ventre, porém, é a queixa mais frequente. Além do óbvio desconforto, o acúmulo de gases infla a barriga e derruba o visual.Tudo o que mulher nenhuma quer, certo? Será que existe algo de novo no front para atacar o mal? O que há, na verdade, é um estudo de fôlego que confirma o que já se suspeitava: incluir atividade física na rotina provoca efeitos mecânicos no intestino, aumentando o fluxo sanguíneo em toda a região abdominal, melhorando o tônus muscular e favorecendo, assim, os movimentos que fazem o órgão funcionar todos os dias. A megapesquisa, conduzida pela Oxford University, na Inglaterra, estudou o estilo de vida de 20630 homens e mulheres e comprovou a influência dos exercícios para um bom ritmo intestinal. Estes são os quatro melhores: 

1. Pular corda. Vinte minutos é o suficiente para aumentar o fluxo sanguíneo para o intestino. Se você estiver fora de forma, suas pernas e joelhos vão se ressentir. Por isso, comece a pular um pouco por dia sobre um tapete macio, para amenizar o impacto, e vá aumentando o ritmo gradativamente. Também vale pular sobre uma minicama elástica (sem a corda, claro!)

2. Caminhar rapidamente. O tempo ideal para movimentar os órgãos do trato digestivo fica entre 35 e 45 minutos.

3. Praticar ioga. As melhores posturas são as que contraem o abdômen e as flexões para a frente.

4. Ficar de cócoras. Nessa posição - e com o tronco curvado para a frente o máximo que puder -, você "acorda" o intestino. Algumas práticas, como a ioga e a ginástica natural, exercitam esse movimento, mas você pode fazê-lo em casa uma vez por dia, durante mais ou menos um minuto.


A vida sem amarras

Adotar estes bons hábitos diários é obrigatório
• Pratique atividade física
• Faça as refeições em horários regulares
• Beba de oito a dez copos de água
• Inclua fibras no cardápio, comendo verduras, legumes, frutas e cereais integrais
• Tome iogurtes probióticos e/ou leites fermentados


Coisa de mulher


Nós tendemos a sofrer quatro vezes mais com essa chateação do que os homens. Por quê? O Estudo SIM Brasil - Saúde Intestinal da Mulher, feito pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) em parceria com a Danone Research, centro de pesquisa da empresa de produtos lácteos, investigou 3500 mulheres de dez cidades brasileiras e chegou a quatro conclusões principais, que confirmam aquilo que nós, mulheres, já sabíamos. 


1. O intestino tem forte influência sobre nossas emoções. Stress, nervosismo, ansiedade e raiva podem dificultar os movimentos peristálticos que levam ao esvaziamento do conteúdo intestinal. "O órgão é o segundo local do corpo com maior enervação e funciona como uma caixa de ressonância dos sentimentos", explica o gastroenterologista José Galvão Alvez, presidente da FBG. "Por isso, é o que mais sofre a somatização - um processo pelo qual distúrbios de origem emocional se traduzem em algum tipo de mal-estar físico." 


2. O sexo feminino está sujeito a estímulos hormonais que influem no funcionamento do intestino. Para você ter uma ideia, no período de ovulação, entre o décimo e o 16º dia do ciclo menstrual, quando aumenta o nível de progesterona (o hormônio que prepara o corpo para a gravidez), diminuem os movimentos do tubo digestivo. Por isso fica tão difícil fazer o número 2 nesse período. 


3. A constipação está diretamente relacionada a comportamentos sociais. Quantas vezes você já não adiou a ida ao banheiro, apesar da vontade, porque não estava em casa, porque saiu da rotina, por pura pressa, para não se retirar no meio de uma reunião de trabalho ou por achar que tinha outras prioridades? "Quem age assim envia ao cérebro a mensagem de que a necessidade fisiológica deve ser reprimida", fala a psicóloga Pamela Magalhães, especialista clínica e hospitalar. "Isso acaba condicionando o intestino a não funcionar." 


4. Hábitos alimentares também têm tudo a ver com o problema. Dieta pobre em fibras, aliada a baixo consumo de líquidos, retarda o trabalho intestinal. E quanto mais tempo as fezes permanecem presas, maior será a dificuldade de expulsá-las. Isso porque o bolo fecal aumenta a cada dia. "Embora não haja estudos científicos conclusivos sobre o papel das fibras na prevenção de doenças inflamatórias, tudo indica que elas ajudam a eliminar toxinas irritantes das paredes do órgão - toxinas que, em tese, podem levar ao risco de câncer", diz José Galvão Alvez. 
Esse grande mapeamento da saúde intestinal feminina no país constatou que duas em cada três mulheres sofrem algum tipo de distúrbio intestinal - com prevalência de prisão de ventre, gases, inchaço e sensação de peso. Entre as pesquisadas, 57% declararam que o problema afeta a vida sexual, 69% relataram alterações de humor e 50% queixaram- se de cansaço e perda de concentração. O desconforto mexe também com a autoestima. O acúmulo de gases faz a barriga crescer e aparecer, você se sente feia, a última das criaturas. E, aí, cadê clima para o romance entre quatro paredes? A vida sexual vai para o brejo.


Tema tabu

O tema é tratado como um tabu pelas próprias mulheres. Dificilmente tocam no assunto. Segundo o estudo, 75% das pesquisadas não ficam à vontade para mencionar o problema nem mesmo para o médico de confiança. "É como se o intestino não fizesse parte do corpo feminino", observa a psicóloga Pamela Magalhães. "Esse distanciamento explica por que tantas mulheres se referem ao intestino como uma terceira pessoa. Falta criar mais intimidade com esseórgão e é preciso ter claro que emoções mal resolvidas se traduzem em prisão de ventre." A antropóloga Mirian Goldenberg aponta aspectos culturais e sociais como corresponsáveis pelos problemas intestinais. "Desde criança, a mulher vai assimilando o conceito de que fazer cocô é algo sujo e inveja o homem porque faz xixi em pé e não corre o risco de pegar doença no vaso. 
Ela sente vergonha se numa festa for flagrada dirigindo-se ao banheiro. Quer preservar uma autoimagem de princesa cor-de-rosa, um ser etéreo que não tem necessidades fisiológicas e nem gases solta." É preciso se libertar dessas amarras que provocam a prisão de ventre, proclama. De que maneira? "Levando a vida com mais leveza, pondo mais humor em tudo o que fizer, deixando de sofrer porque soltou um punzinho durante o sexo!", diz a antropóloga. Intestino não tem vontade própria. Quem tem de estar no comando é você. Então, nada de minimizar o problema e achar que vai passar sozinho. Não vai. Faça a sua parte. Do contrário, você vai perdendo a vontade de ir ao banheiro. E aí o distúrbio pode até virar doença crônica. Para que o intestino funcione direitinho, siga o roteiro dos hábitos saudáveis de alimentação e atividade física. E, aí, adeus prisão de ventre!


Fibras para que te quero

Elas dão a maior força para o intestino - a recomendação é ingerir cerca de 25 gramas por dia. Estas são algumas das boas fontes

• Farelo de trigo (1/2 xícara de chá): 24 g
• Chia (1/2 xícara de chá): 21 g
• Pinhão (10 unidades): 7 g
• Goiaba (unidade média): 5 g
• Pão integral (2 fatias médias): 5 g
• Batata-doce (unidade média): 4 g
• Brócolis (pires de chá): 3 g
• Quinua (1/2 xícara de chá): 3 g
• Flocos de aveia (1/2 xícara de chá): 3 g
• Pipoca pronta (1 ½ xícara de chá): 2 g


Solúveis ou insolúveis?

"Ambos os tipos de fibras beneficiam o intestino", responde a nutricionista Vanderlí Marchiori, vice-presidente da Associação Paulista de Fitoterapia. As insolúveis, que não são absorvidas pelo corpo, aumentam o volume das fezes e facilitam a eliminação. Estão nas verduras, legumes, farelos, cereais e grãos. "Feijão e grão-de-bico devem ser consumidos sem sua película natural, que apresenta um fator antinutricional, que não é digerido, fermenta e forma gases", explica a nutricionista. As fibras solúveis, que se ligam à água, formando uma espécie de gel no intestino, são encontradas na aveia, na maçã, na laranja, no limão, na lima, na pera e nas leguminosas. Como absorvem água, é preciso beber muito líquido para que cumpram seu papel. "As frutas que mais colaboram com o intestino são a manga, o maracujá e a maçã com casca", diz Vanderlí.


Tire suas dúvidas

O intestino precisa funcionar todos os dias? Não dá para precisar a frequência ideal, que varia de pessoa para pessoa. Evacuações diárias não são necessariamente normais e as menos frequentes não indicam obrigatoriamente um problema. Na prisão de ventre, tanto pode haver uma lentidão do trânsito, como é possível ocorrer um funcionamento diário, mas com volume reduzido e fezes difíceis de eliminar. Por isso, é importante a sensação de que o intestino foi completamente esvaziado

Laxantes podem ajudar? Sim, desde que haja indicação médica. Alguns tipos são capazes até mesmo de agravar a constipação ou provocar lesões no revestimento interno do intestino.

Posso usar laxantes homeopáticos? Assim como os alopáticos, os medicamentos homeopáticos também podem apresentar compostos químicos prejudiciais ao organismo quando usados sem orientação.


Os chás são eficientes? Algumas plantas, como o alecrim, inibem a formação de gases. Outras, como a hortelã e o ruibarbo, funcionam como laxantes naturais. Mas cuidado: ervas também são tóxicas. As mais perigosas são a cáscara-sagrada e o sene, embora também ajudem no funcionamento do intestino. Para qualquer tipo, a recomendação é: tome três xícaras por dia, no máximo.


Suplementos de fibras são eficazes? Sim, ajudam no trânsito intestinal e até dão saciedade, mas não devem substituir frutas, legumes, verduras e cereais integrais - as principais fontes de fibras solúveis e insolúveis. 
Os suplementos são bons coadjuvantes de uma dieta com déficit de vegetais. Os mais comuns são os pós à base de casca de maracujá, uva, maçã, chia, e farelo de aveia.





Parar de menstruar vale a pena? Analisamos os prós e contras


Parar de menstruar vale a pena? Analisamos os prós e contras

Para muitas mulheres, menstruação é sinônimo de encrenca: TPM, cólica, inchaço, sangramento abundante... Por isso, há quem já tenha decretado o fim daqueles dias. Mas será que essa decisão é boa para todas? Conheça aqui os métodos, os benefícios e os riscos

Por Yara Achôa


Alterações de humor, cólicas, dores no corpo e inchaço estão entre os sintomas que mais afetam as atletas no período menstrual. Para se sentirem bem e em plena forma nos Jogos Olímpicos 2012 algumas competidoras brasileiras decidiram parar de menstruar - como Joanna Maranhão, da natação, e Juliana Veloso, do salto ornamental. O trabalho foi feito com acompanhamento da ginecologista e médica do esporte Tathiana Parmigiano, de São Paulo, que integrou a equipe do Comitê Olímpico Brasileiro em Londres.

Mas a gente sabe que os incômodos menstruais não afetam somente a rotina das esportistas. E assim como nossas representantes olímpicas, muitas mulheres gostariam de dar fim "àqueles dias". "Em tese, todas podem ficar sem menstruar", afirma Tathiana Parmigiano. O ginecologista Elsimar Coutinho, de Salvador, defensor da interrupção da menstruação desde os anos 1960 e autor do livro Menstruação: Sangria Inútil, continua afirmando: "A mulher pode e deve parar de menstruar. Ela ganha mais disposição e não desenvolve anemia e doenças esterilizantes, como infecções pélvicas e endometriose". A relação entre a menstruação e a endometriose, inflamação do endométrio, doença que afeta milhares de brasileiras, é direta: durante o ciclo menstrual, parte do fluxo sanguíneo é drenado das trompas para o interior do abdômen, causando a inflamação.

"Nossas avós menstruavam cerca de 40 a 50 vezes na vida, pois engravidavam cedo e tinham muitos filhos. Hoje, a mulher menstrua em média 350 vezes e está sujeita a algumas doenças relacionadas ao excesso de hormônio estrogênico típico do ciclo feminino: endometriose e miomas, por exemplo. Ao suprimir a menstruação, ela, em tese, ficaria mais protegida e não sofreria tanto incômodo com o número excessivo de mensturação", reforça a ginecologista Silvia Morandi El Faro, de São Paulo.

Opções para não menstruar

Uma pesquisa do Instituto Resulta com a empresa Libbs Farmacêutica, realizada no ano passado em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, com 340 voluntárias, apontou um número expressivo de mulheres jovens (entre 18 e 30 anos) que flertam com a ideia de não menstruar: 40% disseram que gostariam de interromper o ciclo, mas apenas 19% revelaram já ter feito uso de algum método de supressão menstrual. A baixa adesão, segundo os pesquisadores, é justificada pela falta de informação a respeito dos métodos e pelo desconhecimento de possíveis efeitos colaterais. Para
suprimir a menstruação são utilizados contraceptivos hormonais. Os mais comuns são:

Pílula anticoncepcional de uso contínuo, também chamada de pílula combinada por conter dois componentes - um derivado do estrogênio e outro da progesterona, ambos sintéticos. A dose hormonal é praticamente a mesma das pílulas comuns. A diferença é que as comuns são apresentadas em cartelas de 21 comprimidos, enquanto as de uso contínuo em cartelas de 28 comprimidos.


Vantagens a mais

Mulheres com problemas como mioma, endometriose e cistos podem especialmente se beneficiar com a supressão menstrual. "A endometriose apareceu como uma das primeiras indicações para uso da pílula anticoncepcional em esquema contínuo", diz o médico Luciano Pompei. "Não menstruando, a mulher com endometriose evita o fluxo que pode manter a evolução maléfica da doença", completa Tathiana Parmigiano. Quanto ao mioma, é importante dizer que a supressão menstrual não age no sentido de diminuí-lo ou fazê-lo desaparecer. "Mas o método pode diminuir o volume de sangue perdido associado aos miomas, ajudando a reverter uma anemia que tenha surgido por menstruações abundantes", diz Luciano Pompei. E como os cistos de ovário podem ser ocasionados pelos ciclos ovulatórios, ao induzir o bloqueio da ovulação por meio de alguns dos contraceptivos hormonais, eles teriam sua atividade inibida.

Injeção trimestral de derivado da progesterona.
Implante subcutâneo que libera doses mínimas diárias de um derivado da progesterona.
Dispositivo intrauterino (DIU) que libera doses mínimas diárias de um derivado da progesterona.

A escolha, que deve ser feita com orientação médica, dependerá de como cada organismo reage. "Dependendo da finalidade da supressão da menstruação, alguns podem ser mais indicados do que outros. Eles diminuem a probabilidade das menstruações, mas não se pode garantir que toda mulher vá parar de mens truar", alerta o ginecologista Luciano Pompei, de São Paulo, professor da Faculdade de Medicina do ABC.

Combate à TPM

A tensão pré-menstrual ainda é uma das principais queixas femininas. E ela está diretamente associada aos ciclos hormonais e à ovulação. "Quando usamos alguns dos contraceptivos hormonais (pílulas, injeções, implantes, DIU) para a supressão da menstruação, podemos interromper esse ciclo e aliviar a TPM", diz a ginecologista Tathiana. "Vale lembrar que também existem outras formas de combate, como os medicamentos da família dos inibidores da recaptação da serotonina (antidepressivos)", completa o médico Luciano Pompei. E, claro, alternativas naturais: alimentação saudável (com redução de sódio e açúcar, maior ingestão de água e de carboidratos complexos, como aveia, cereais, pães e arroz integral); exercícios (principalmente atividades aeróbicas, que liberam endorfina, hormônio ligado à sensação de prazer); e técnicas de relaxamento (como massagens e ioga).

É importante ressaltar ainda que não menstruar não significa necessariamente não ovular. "Algumas mulheres se incomodam com o fluxo menstrual, mas não tem TPM. Outras têm TPM e não se incomodam com o fluxo em si. Tudo tem que ser bem conversado e explicado no momento da escolha do método de supressão para que falsas promessas não sejam feitas", alerta Tathiana. Os contraceptivos podem ser combinados (com os hormônios estrogênio e progesterona) ou não (só com progesterona). "Usando o combinado, a mulher interrompe o ciclo, cessa o sangramento e não ovula, o que é indicado para o tratamento da TPM", explica a médica. O não combinado também age no sentido de inibir a ovulação - mas isso pode não acontecer. Em cerca de 50% das vezes, a mulher ovula. Mesmo assim, sua ação anticoncepcional é alta, pois ele engrossa o muco vaginal, o que dificulta consideravelmente a passagem de espermatozoides, além de afinar a camada do endométrio. Como esse tecido fica muito fino, se por acaso houver recundação, o embrião não consegue se fixar no útero. Exatamente por estar mais fino, não descama e, portanto, não há o sangramento na maioria das mulheres. Algumas, entretanto, podem apresentar sangramentos irregulares. Logo, o contraceptivo não combinado é recomendado para quem não sofre de PM e deseja apenas parar o fluxo.

Fertilidade, libido, peso


Ficar sem menstruar poderia causar problemas à saúde feminina? "A utilização de anticoncepcionais hormonais, assim como qualquer medicamento, está associada a riscos e benefícios e o médico deve fazer um balanço dos prós e contras antes de prescrever", diz Luciano Pompei. E é imprescindível que a mulher esteja sem menstruar por ter se programado para isso. "A menorreia (ausência de menstruação) não associada a essa estratégia pode significar problema. Ela deve procurar sua ginecologista para investigar", alerta Tathiana.

A fertilidade também não é comprometida com a interrupção da menstruação. "Estudos mostram que o uso contínuo de pílula anticoncepcional com finalidade de não menstruar ou de outros métodos hormonais (injeções, implantes, DIU) não diminuem a fertilidade. Especificamente no caso da injeção trimestral de derivado da progesterona pode haver um atraso no retorno da fertilidade após a interrupção de seu uso, mas não ocorre dano permanente. Com os outros métodos hormonais tal atraso não é observado", esclarece Luciano Pompei. Em relação a uma possível queda da libido provocada pelos hormônios, Elsimar Coutinho tranquiliza: "Mais disposta, sem ter preocupação com fluxo, a mulher pode ter mais desejo". 

A dúvida de 10 entre 10 mulheres é se o uso de hormônios de forma contínua poderia levar ao ganho de peso. "Alguns deles sim, principalmente os injetáveis trimestrais de derivados da progesterona", responde Tathiana. "Os métodos estão cada vez mais modernos e utilizam baixas doses de hormônios, causando o mínimo possível de transtorno em relação ao peso. Mas
são medicamentos e todos podem causar um ou outro efeito adverso em algumas mulheres", fala a ginecologista Silvia El Faro.

Em defesa do ciclo

O médico Eliezer Berenstein, de São Paulo, autor do livro A Inteligência Hormonal da Mulher, considera antinatural a supressão menstrual com hormônios. "O ciclo menstrual é o aliado número 1 da mulher, uma prova de que o organismo feminino está em sintonia com a natureza e é fundamental para o seu equilíbrio físico e psicológico. Ao interromper a menstruação por anos e anos, a harmonia do ciclo hormonal estará comprometida." Ele diz que entende a mulher que eventualmente se incomoda com o fluxo e procura uma forma de interromper o sangue, mas não o ciclo. "Criou-se uma cruzada antimenstruação e estão fazendo uso indiscriminado de hormônios em mulheres sadias. Essas intervenções trazem o que você deseja, mas o que não deseja vem junto. Altas doses hormonais e a escolha inadequada ao tipo da mulher podem ser prejudicial, provocando, por exemplo, tromboembolismo (formação de coágulos nas veias, que bloqueiam o fluxo sanguíneo e podem causar graves lesões no organismo) e neoplasias (crescimento anormal de células e tecidos). Qualquer medida nesse sentido tem que ser muito bem pensada."

"Sempre senti muitas cólicas e todo mês era aquele desconforto de TPM e inchaços. Passei por dois ginecologistas e ambos recomendaram a pílula de uso contínuo. Depois que comecei a tomar não tive mais cólica - mas algum inchaço nos seios ainda pode ser sentido. No momento da decisão, tudo o que pensei foi na praticidade. Mas saber que não menstruar minimiza o risco de endometriose me ajudou a tomar a decisão."
Renata Tornaim Gabriel Boschi, 29 anos, designer, Porto Alegre 
"Menstruar sempre foi desconfortável, principalmente por causa das cólicas. Quando trabalhava com natação, desejei muito interromper o ciclo. Mas com o tempo e com a ajuda da minha ginecologista aprendi a observar meu corpo e minha TPM. E percebi que é no período menstrual que sou mais racional e consigo resolver coisas importantes. Diminui a intensidade das cólicas com exercícios e qualidade na alimentação. Hoje não uso nenhuma medicação. E minha menstruação vem e vai tranquila, em um ciclo de 26 dias."
Laina Saurin, 48 anos, professora de educação física, Rio de Janeiro
"Para mim, menstruar era bem incômodo. Tinha TPM, retenção de liquído e sentia muita vontade de comer doce. A cólica também me atrapalhava na hora de correr. Acho bem melhor ficar sem menstruar. Tomo anticoncepcional de uso contínuo, indicado por minha ginecologista. Quando fiz essa opção, cheguei a me preocupar com a fertilidade - até porque pretendo ter três filhos. Mas a médica me tranquilizou dizendo que não teria esse problema."
Denise Entrudo Pinto, 26 anos, nutricionista esportiva, Porto Alegre.





Um plano tiro e queda para abandonar o cigarro e até emagrecer!


Um plano tiro e queda para abandonar o cigarro e até emagrecer!

De tanto ouvir falar das várias doenças (exatamente 56!) causadas pelo cigarro, você decidiu parar de fumar. Parabéns! Com este plano tiro e queda dá para bandonar o vício e até emagrecer!

Por Cristina Nabuco
"Não me deixe comer muito", pediu a catarinense Monique à sister Kelly no último BBB. "Tire (a comida) da minha mão, da minha boca." Determinada a largar o vício, ela temia exagerar no prato para compensar a falta do cigarro. A preocupação apareceu também na página da Fernanda Paes Leme no Twitter: "Esse negócio de parar de fumar e não engordar dá trabalho, viu? Se não tem o cigarro, o natural é correr para o chocolate", confessou a atriz em novembro, depois de três meses tentando parar. Fumante desde os 19 anos, ela está apostando no exercício. "Bora liberar adrenalina", postou no microblog.

O medo se justifica: 57% das mulheres que pararam de fumar aumentaram o peso, mostrou um novo estudo com 748 pacientes do Ambulatório de Tabagismo do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo. O ganho médio foi de 4,4 quilos ao longo de um ano. Uma pequena parcela (12%) engordou mais de 10 quilos. De acordo com a cardiologista Jaqueline Sholz Issa, responsável pelo ambulatório, quatro fatores podem fazer a balança disparar. O primeiro é a mudança no metabolismo. A nicotina acelera a queima de calorias. Por isso, se continuar comendo como antes, o ganho de peso é quase certo. O segundo fator é a melhora do paladar e do olfato. A nicotina (e outras substâncias tóxicas do cigarro) amortece as papilas gustativas deixando os alimentos sem sabor. Na ausência dela, a comida volta a ficar apetitosa e cresce o risco de você comer além da conta. O terceiro é a oralidade: o alimento preenche a necessidade de ocupar a boca, recuperando parte do prazer do cigarro. Mas o pior é a ansiedade. Quando bate aquela vontade louca de fumar e você corre para a geladeira.

Ao abandonar as tragadas em 2007, a topmodel Gisele Bündchen afirmou que a comida ganhou mais sabor. Para manter o equilíbrio, ela investiu na ioga. "Quem larga o cigarro com apoio profissional também controla melhor o ganho de peso", diz a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. À base de adesivo e chiclete de nicotina ou remédios como vareniclina (reduz a vontade de fumar) e bupropiona (alivia a tensão), o tratamento diminui os sintomas da síndrome de abstinência (sonolência, irritabilidade) e aumenta a chance de você vencer a dependência sem brigar com a balança. No estudo do Incor, 25% das pacientes deixaram o fumo sem alterar o peso e 17% emagreceram. Saiba o que fazer para ficar nesses dois grupos.

1. Marque o dia A orientação é do Instituto Nacional do Câncer (Inca): reserve uma data, se possível nas próximas duas semanas. Na véspera, fume o último cigarro, depois jogue fora todos os maços, isqueiros e cinzeiros.

2. Prepare a despensa Dê um fim às guloseimas ­ doce, biscoito recheado, chocolate e pacotes de salgadinho - para não devorá-las em um ataque compulsivo. A nutricionista Fábia de Campos, do Rio de Janeiro, especialista no atendimento a tabagistas, sugere apostar em biscoitos com fibra extra e pipoca de canjica salgada. "O crec-crec desses petiscos ajuda a aliviar a ansiedade e não são tão calóricos."

3. Organize a geladeira Arrume potes de alimentos saudáveis para beliscar: uva, morango, jabuticaba e amora; frutas cortadas em cubinhos (pera, maçã, mamão); e hortaliças cortadas no formato de palito (pepino, cenoura, nabo, erva-doce fresca, rabanete e tomate).

4. Ajuste a dieta Faça duas refeições e três lanches por dia, alimentando-se a cada três horas. "Fumantes nem sempre têm uma rotina alimentar porque o cigarro tira a fome. Ter horários fixos para as refeições ajuda a evitar o ganho de peso", orienta a nutricionista. E coma devagar para não extrapolar na quantidade.

5. Mexa-se Exercício queima calorias e ajuda a controlar o peso, além de liberar substâncias que trazem bem-estar, reduzindo a vontade de acender um cigarro, concluiu estudo publicado no periódico americano Psychopharmacology. Se você for sedentária, comece com uma caminhada de meia hora, três vezes por semana. Você já malha? Aumente a carga ou a intensidade do treino a fim de gastar mais 300 calorias por dia. "É o necessário para compensar a mudança metabólica", informa Jaqueline Issa.

6. Aposte nas proteínas Inclua ovo, frango, peixe e carnes magras no almoço e jantar; shake proteico, queijo fundido light (tipo Polenguinho) e fatias de peito de peru no lanche. As proteínas aceleram o metabolismo e reduzem o comer compulsivo. Pães e massas são permitidos, sobretudo integrais, em porções moderadas: o carboidrato ajuda a manter o equilíbrio emocional. Reduza o consumo de gorduras.

7. Dê um tempo no café Frutas (em especial cítricas), hortaliças e laticínios pioram o gosto do tabaco, segundo pesquisa da Universidade Duke, nos Estados Unidos, com 209 fumantes. Outros alimentos acentuam seu sabor e "convidam" a fumar, portanto é melhor tirá-los da mesa nas primeiras semanas: carnes, bebidas alcoólicas (cerveja, vinho) e, em disparada, o café.

8. Tome água A hidratação ajuda a desintoxicar o organismo, já que a nicotina é liberada pela urina. E, com o estômago cheio de líquido, você sente menos fome. Beba água a cada hora e sempre que vier a vontade de fumar.

9. Recorra aos aliados Tenha sempre na bolsa ou na gaveta do escritório algo passível de ser mordiscado: bala e chiclete diet, canela em pau, lasquinhas de gengibre, cravo, anis-estrelado.

10. Reveja hábitos Para suprir a falta do cigarro após o cafezinho, a transa, ao dirigir, sair com os amigos, é preciso mudar comportamentos. Em um estudo com 216 mulheres fumantes publicado no Journal of The American Dietetic Association, as que passaram por terapia comportamental cognitiva demonstraram mais autoestima e motivação para alterar rituais e largar o fumo.

11. Desengavete planos Fazer um curso (de idioma, artes, música) ou iniciar uma atividade nova e prazerosa ajuda a preencher o vazio deixado pelo cigarro.

12. Fuja das armadilhas Afaste pensamentos sabotadores como: "Está difícil ficar sem o cigarro, então eu mereço um bombom". O comum é não se contentar com um e devorar a caixa toda.

13. Resista à tentação A vontade de fumar dura no máximo cinco minutos, afirmam os especialistas do Inca. Quando ela bater, chupe gelo, escove os dentes. Ocupe as mãos com um elástico.Faça palavras cruzadas. Atualize seu Facebook ou entre num fórum de ex-fumantes. Ligue para uma amiga.

14. Procure ajuda As instituições de saúde ligadas ao SUS oferecem tratamento gratuito para parar de fumar. Informe-se pelo Disque Saúde: 136.

Elas conseguiram!


O que as famosas fizeram para deixar o cigarro sem engordar

Juliana Paes: exercícios na academia
Gisele Bündchen: ioga
Helena Ranaldi: natação e controle da dieta
Drew Barrymore: hipnose
Penélope Cruz: meditação e dieta saudável
Carolina Ferraz: corrida

Truques das leitoras "Parei há sete meses, sozinha, depois de entender o mal que a nicotina faz no organismo. Passei a frequentar o grupo Vigilantes do Peso e hoje estou 4 quilos mais magra do que no tempo em que fumava."
Adriana Costa, 40 anos, 1,56 metro e 55 quilos, advogada. 
"O segredo é se afastar de café e bebidas alcoólicas e controlar a ansiedade. Comecei a fazer exercício (primeiro musculação, agora may thai), o que me ajudou muito. Disciplina e determinação, também. Parei e não engordei."
Camila Stela, 35 anos, 1,76 metro e 64,5 quilos, bibliotecária. 
"Parei há seis anos, sozinha. As duas primeiras semanas foram terríveis! Tive dores de cabeça, chorava de vontade de fumar. Passei a beber muita água e a fazer mais exercício. Não engordei nada e fiz um bem enorme para minha saúde."
Danielle Assis, 30 anos, 1,67 metro e 65 quilos, dona de casa. 





A dose certa dos analgésicos para cada tipo de dor


A dose certa dos analgésicos para cada tipo de dor

Por Cristina Nabuco Fotos Carlos Bessa
Se antes pegava bem você bancar a durona e tomar remédio só quando a situação ficava insuportável, hoje a orientação é controlar a dor quanto antes com o analgésico certo. Mas, se as crises se repetirem, cuidado!  O uso indiscriminado pode transformar aliados em vilões. A anestesiologista Fabiola Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), orienta como ter só o lado bom desses medicamentos

O analgésico contra dor de cabeça funciona para dor nas costas?

Não. Há três classes de analgésicos: os comuns (dipirona, paracetamol), os anti-inflamatórios (aspirina, ibuprofeno, diclofenaco) e os opioides (tramadol, fentanil). A primeira é indicada para dores em geral, leves e moderadas, como dor de cabeça eventual. Os anti-inflamatórios combatem dores nas costas decorrentes de inflamação. Porém, se a dor for resultado de uma contração muscular, o médico pode combiná-lo com um relaxante muscular. Já a terceira classe serve para dores fortes e persistentes, mas por causar dependência, tem a venda controlada.

De que modo eles agem?

Os anti-inflamatórios diminuem a inflamação que detona o processo doloroso. Os comuns e os opiodes bloqueiam a transmissão dos impulsos da dor no sistema nervoso central.

O uso frequente oferece risco à saúde?

Sim. Consumidos de maneira indiscriminada, os analgésicos causam danos silenciosos ao estômago, fígado, rins e intestino. Quando você descobre, o estrago já está feito! Por isso a importância da prescrição por um médico, que deve recomendá-los como u dos recursos disponíveis. O tratamento da dor envolve outras medidas como exercício bem orientado, que promove a liberação de endorfinas, consideradas analgésicos naturais.


Eles aliviam dores musculares provocadas pelo excesso de exercício?

Tanto os analgésicos comuns quanto os anti-inflamatórios são eficientes para atenuar esse tipo de dor. Mas evite criar o hábito de exagerar no treino e apelar para um analgésico. Se ficar dolorida depois de malhar, tome um banho morno ou faça compressas quentes no local, além de rever a prática e adotar alguns cuidados básicos, como corrigir a postura, aquecer o corpo por mais tempo e alongar no final da aula.

É verdade que podem fazer a dor piorar?

Em excesso, podem provocar um efeito rebote. Há, inclusive, dor de cabeça por abuso de analgésicos. Se antes ela passava com um comprimido, depois só cede com dois, três e assim progressivamente. O organismo vai ficando tão habituado ao remédio que deixa de acionar seus mecanismos naturais de controle da dor. Então, em vez de ajudar, ele desencadeia as crises.


Quando vale a pena ir ao médico em vez de apelar para os analgésicos?

Sempre que a dor for intensa e repentina ou, de leve a moderada, com duração superior a três meses - mesmo que não seja diária, mas que prejudique as atividades rotineiras (trabalho, sono, lazer).


Tem hora certa para tomar o comprimido?

Não. Mas as dores crônicas devem ser tratadas regularmente - não espere a crise se instalar.

É perigoso misturar bebida alcoólica com analgésico?

Os opiodes não combinam com álcool. Mas os anti-inflamatórios e os comuns, em baixas doses, admitem bebida com moderação - uma taça de vinho, no máximo!

Qualquer pessoa pode usá-los?

Depende. Quem tem problemas no fígado ou é alérgica a determinadas substâncias deve ter cuidado na escolha do analgésico ou qualquer outro remédio. Você também precisa descobrir qual é o melhor para seu organismo: investigação que deve ser feita, de preferência, com ajuda médica.





Saiba como usar a pílula do dia seguinte


Saiba como usar a pílula do dia seguinte

Por Monique dos Anjos e Mariliz Jorge Fotos Thinkstock
A pílula do dia seguinte é assunto cercado de polêmicas e inseguranças. Por isso, BOA FORMA responde algumas das perguntas mais feitas sobre o assunto.

As dúvidas mais frequentes

Como a pílula deve ser tomada? Existem dois tipos. Um deles vem em dose única e o outro são dois comprimidos (um ingerido logo após a relação e outro após 12 horas). Seja qual for o tipo, deve ser usado no máximo 72 horas após a relação sexual. Quanto mais tempo demorar, menor será a eficácia.

A pílula funciona como um abortivo? Não. Ela age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo. Agora, se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado. Caso o ovo já esteja implantado, ou seja, já tenha iniciado a gravidez, a pílula não tem efeito algum.

Preciso de receita médica para comprar a pílula?
Sim. Embora seja possível adquiri-la nas farmácias sem prescrição. No entanto, mesmo que você dispense a receita, procurar por orientação antes é indispensável. Só um ginecologista poderá dar certeza de que o medicamento é indicado para o seu caso.

Ela pode causar efeitos colaterais? Sim. O mais frequente deles é a alteração no ciclo menstrual e do tempo de ovulação. Em outras palavras, vai ficar impossível calcular seu período fértil e o dia da sua menstruação será um verdadeiro enigma. Além disso, dor de cabeça, sensibilidade nos seios, náuseas e vômitos são sintomas comuns. No caso de vômito ou diarreia nas duas primeiras horas após a ingestão, a dose deve ser repetida. Quem tem organismo sensível a medicamento e está tomando a pílula com indicação médica deve pedir a indicação de um remédio contra enjoos para tomar ao mesmo tempo.

Existe contraindicação? A pílula é contraindicada para quem sofre de alguma doença hematológica (do sangue), vascular, é hipertensa ou obesa mórbida. Isso porque a grande quantidade de hormônio pode provocar pequenos coágulos no sangue que obstruem os vasos.

Se eu tomar repetidas vezes, ela perde o efeito? Ela não perde o efeito, mas o risco de você engravidar aumenta. Normalmente, ele já é de 15% se você tomar depois de 24 horas de transar, contra uma média de 0,1% da pílula anticoncepcional comum.

Posso trocar a camisinha pela pílula? Nem pense nisso. A pílula deve ser tomada apenas quando o método contraceptivo escolhido falha. Além de apresentar efeitos colaterais muito mais severos que a pílula comum, e ser bem mais cara, o contraceptivo de emergência não a protege das doenças sexualmente transmissíveis. Contra elas, só mesmo a boa e conhecida camisinha.

A pílula do dia seguinte é também um método contraceptivo? Não. Como o próprio nome diz, ela deve ser usada em casos excepcionais e não como um anticoncepcional de rotina, como muitas mulheres estão fazendo. A dose alta de hormônio do medicamento, cerca de 20% a mais do que o existente em uma drágea de anticoncepcional, aumenta o risco de efeitos colaterais.

Mesmo tomando essa pílula é possível engravidar? Sim. Como todo método, há risco de falha. Como já foi dito, quanto mais cedo a pílula for tomada, maior a sua eficácia.

O uso pode afetar o aparelho reprodutor? Pode. A curto prazo causa uma verdadeira revolução na produção hormonal da mulher. Já, a longo prazo, depende da quantidade de vezes que a pílula do dia seguinte foi usada. Quanto mais, maiores os riscos. Caso ocorra a gestação ectópica, a mulher poderá perder uma trompa e isso dificultará uma futura gestação.

Ao utilizá-la, estarei protegida até a chegada da menstruação? Não. Terá se protegido somente da relação que aconteceu antes de ter tomado a pílula.

Veja a experiência de mulheres que precisaram da pílula do dia seguinte

"Namorava há três anos e sempre tomei anticoncepcional. Só que me esqueci da pílula duas vezes no último mês e acabei transando sem camisinha. Com medo de engravidar, usei a pílula do dia seguinte."
Carol, 23 anos 
Troquei a camisinha pela pílula do dia seguinte duas vezes. Na primeira, um ex-namorado insistiu para transarmos sem nada e eu cedi. Na hora, não me preocupei com a Aids ou outras doenças. Na segunda vez, um novo namorado me convenceu a transar sem camisinha. Mas percebi que isso poderia me prejudicar. Hoje, com namorado fixo, optei pela pílula. Sai bem mais barato e é bem menos estressante."
Laura, 25 anos 
"Fazia um mês que estava saindo com um surfista bonitão, que conheci num feriado. A noite foi mágica, a não ser por um detalhe: a camisinha estourou. Com medo de engravidar, tomei a pílula do dia seguinte."
Ana, 26 anos 
Das três garotas, Ana foi a única que usou a pílula do dia seguinte de acordo com a recomendação. "Administrada de maneira responsável, ela é um bom método para evitar uma gravidez indesejada", diz a ginecologista e obstetra Andréa Campos, do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, ONG paulistana especializada em saúde da mulher. O contraceptivo de emergência, cujo princípio ativo é o levonorgestrel, tem indicações precisas. Serve para situações como quando o método preventivo que você escolheu falha, em casos de violência sexual ou estupro.

Mas tem muita mocinha merecendo um puxão de orelha por agir como Laura e Carol, que tomaram a pílula sem orientação médica e em substituição à camisinha. O alerta vem do Programa do Adolescente do Estado de São Paulo. Segundo pesquisa realizada pelo órgão, 33% das garotas que tomaram esses comprimidos não se preocuparam com nenhum método contraceptivo. A consultora de saúde Ana Fátima Galati, do Coletivo Feminista, acredita que a falta de informação começa dentro de casa. "Elas temem mostrar a pílula anticoncepcional para os pais e assumir que já iniciaram a vida sexual", diz. Sem falar nas garotas que, como não estão com namorado fixo, não querem tomar hormônio todo dia e acham que é um bom negócio recorrer à pílula apenas quando rola a transa. Doce ilusão: dois comprimidos equivalem a meia cartela de um anticoncepcional de baixa dosagem.





Ressaca: não caia nessa armadilha


Ressaca: não caia nessa armadilha

Por Débora Nunes Fotos Chris Parente
Beber demais não é saudável nem elegante. Mas se acontecer de você sair da linha é bom saber: não há uma solução capaz de eliminar o álcool do organismo de uma vez só, evitando os sintomas pós-noitada. As receitinhas populares podem aliviar o enjoo e a dor de cabeça, mas a nutróloga Tamara Mazaracki, do Rio de Janeiro, e os hepatologistas Mônica Viana e Tércio Genzini, ambos de São Paulo, avisam: nem todas funcionam.


Por que faz mal beber de estômago vazio?
Sem outro alimento no estômago para digerir, o organismo absorve a bebida rapidamente, fazendo com que você sinta os efeitos do álcool logo nos primeiros goles. Então, sempre coma algo leve (uma fatia de pão integral com peito de peru, por exemplo) antes de beber e, se possível, durante. Mas evite petiscos picantes junto com a bebida, pois a pimenta irrita a mucosa do estômago piorando um sintoma comum quando você exagera no número de drinques: a gastrite do dia seguinte.

Tomar uma colher de azeite antes e depois de beber ameniza a ressaca?
Sim, especialmente o azeite extravirgem. Rico em ácidos graxos essenciais, ele protege o fígado dos efeitos danosos do álcool, além de forrar a mucosa do estômago, reduzindo a absorção da bebida. Outros óleos com esse potencial: coco, macadâmia e abacate.

Por que devo tomar água junto com a bebida?
A água dilui a concentração de álcool, amenizando seu poder de desidratar o organismo. O ideal é intercalar a bebida com goles de água, consumindo pelo menos um copo.

Bebidas alcoólicas de boa qualidade não dão ressaca?
As bebidas de qualidade inferior tendem a ter muito corante ou ingredientes que potencializam o efeito do álcool, intensificando os sintomas da ressaca: dor de cabeça, enjoo, confusão mental... Mas, pior que uma bebida ruim é exagerar na dose, ultrapassando a quantidade de álcool que o fígado é capaz de processar.

Remédios antiressaca funcionam?
Eles podem aliviar o enjoo ou a dor de cabeça. Mas não são capazes de acelerar o processo do fígado para eliminar as toxinas do álcool.

Café ou banho frio cortam os efeitos do álcool?
São estratégias que estimulam o sistema nervoso central, reduzindo sutilmente a sensação de moleza e cansaço. O café também ajuda a reorganizar a confusão mental provocada pela bebida.

Misturar bebida faz diferença?
Sim, quanto mais tipos de bebida você misturar, pior será a ressaca. Evite esse tipo de alquimia principalmente com os destilados (uísque, cachaça, vodca), que têm um teor alcoólico alto.

Beber mais uma dose pela manhã cura ressaca?
A ressaca é sinal de que o fígado não está dando conta da bebida consumida na noite anterior. Beber mais só vai piorar a situação.

Por que às vezes fico mal mesmo bebendo pouco?
As mulheres são pouco resistentes ao álcool (bem menos que os homens). Na TPM, por causa das alterações hormonais, esse limite é ainda menor e você não precisa chegar até o fim do primeiro copo para sentir os efeitos da bebida.

No dia seguinte, devo comer pouco?
Depois de abusar da bebida, é importante desintoxicar o organismo com uma dieta leve, à base de verduras, legumes e, especialmente, frutas. A frutose acelera a metabolização do álcool e a eliminação das toxinas. Também é bom beber bastante água, água de coco, chá e suco.

Fazer exercício alivia a moleza pós-noitada?
Mexer o corpo aumenta a circulação, acelerando a eliminação das toxinas do álcool. Mas pegue leve na intensidade para não ficar ainda mais desidratada, e beba bastante líquido.




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