terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A resistência herdada



Aptidão para superar desafios tem contribuição genética
 
©Shutterstock
Especialistas ressaltam que ser resiliente não é negar o sofrimento e a decepção, emendando um relacionamento amoroso em outro, por exemplo, sem viver o luto da separação –, pois isso pode trazer outros problemas como repetição de padrões destrutivos e aparecimento de sintomas físicos. Pessoas resilientes entram em contato com a frustração, mas não permanecem na bipolaridade do “tudo ou nada”, buscam reparações sem perder a essência da experiência vivida. Ou seja: aceitam o aprendizado e a frustração mas não se prendem à limitação, procuram possibilidades.

Grandes vencedores – como o ciclista Lance Armstrong, que se recuperou de um câncer de testículo e venceu o circuito da França sete vezes – são psiquicamente mais capazes de suportar dificuldades. A novidade é que essa habilidade necessária para lutar contra doenças graves, recuperar-se de desilusão amorosa, vencer nos esportes, ser aprovado no vestibular ou em uma entrevista de emprego pode, em grande parte, ser herdada.

É o que sugere um estudo desenvolvido pelo pesquisador Tony Vernon, da Universidade de Western Ontário, no Canadá, que trabalhou com 219 pares de gêmeos. Os voluntários preencheram questionários para que o pesquisador investigasse as contribuições genéticas e ambientais de quatro fatores associados à resistência mental: controle sobre a própria vida; comprometimento com projetos pessoais; confiança; disposição para encarar desafios. Vernon concluiu que 52% da variável “resistência mental” é hereditária.

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