terça-feira, 12 de julho de 2011

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é uma condição na qual a tireóide encontra-se hipoativa e a produção de hormônio tireoidiano é baixa. O hipotireoidismo muito grave é denominado mixedema. Na tireoidite de Hashimoto, a causa mais comum de hipotireoidismo, a tireóide freqüentemente encontra-se aumentada e o hipotireoidismo comumente manifesta-se anos mais tarde, pois as áreas funcionais da glândula são destruídas gradualmente. A segunda causa mais comum de hipotireoidismo é o tratamento do hipertireoidismo. Tanto o tratamento com iodo radioativo quanto a cirurgia tendem a produzir hipotireoidismo. 
A causa mais freqüente de hipotireoidismo em muitos dos países subdesenvolvidos é a carência crônica de iodo na dieta, a qual acarreta aumento de tamanho da tireóide e redução de sua atividade (hipotireoidismo bociogênico). No entanto, esta forma de hipotireoidismo desapareceu nos Estados Unidos desde que os fabricantes começaram a adicionar iodo ao sal de cozinha e desde que começaram a ser utilizados desinfetanes contendo iodo para esterilizar os ubres das vacas. 
Outras causa mais raras de hipotireoidismo incluem alguns distúrbios herdados, nos quais uma anomalia enzimática das células da tireóide impede que ela sintetize ou secrete uma quantidade suficiente de hormônio tireoidiano. Em outros distúrbios raros, o hipotálamo ou a hipófise não conseguem secretar uma quantidade suficiente do hormônio necessário para estimular a função tireoidiana.
Sintomas
A insuficiência de hormônio tireoidiano faz com que as funções orgânicas tornem-se mais lentas. Contrastando acentuadamente com o hipertireoidismo, os sintomas do hipotireoidismo são sutis e graduais e podem ser confundidos com os de um quadro de depressão. As expressões faciais são grosseiras, a voz é rouca e a fala é lenta, as pálpebras caem e os olhos e a face tornam-se inchados.
 Muitos indivíduos com hipotireoidismo ganham peso, tornam-se constipados e apresentam intolerância ao frio. Os cabelos tornam-se escassos, grossos e ressecados e a pele torna-se áspera, ressecada, descamativa e espessa. Muitos indivíduos apresentam a síndrome do túnel do carpo, a qual produz formigamento ou dor nas mãos. A freqüência de pulso pode diminuir, as palmas das mãos e as plantas dos pés podem apresentar uma discreta coloração laranja (carotenemia) e a parte lateral das sobrancelhas caem lentamente. 
Alguns indivíduos, sobretudo os idosos, podem apresentar confusão mental, esquecimento ou demência, sinais que podem ser facilmente confundidos como os da doença de Alzheimer ou de outras formas de demência. Quando não tratado, o hipotireoidismo poderá acabar acaretando anemia, temperatura corpórea baixa e insuficiência cardíaca.
 Essa condição pode evoluir para a confusão mental, estupor e coma (coma mixedematoso), uma complicação potencialmente letal na qual a respiração torna-se lenta, o indivíduo apresenta convulsões e o fluxo sangüíneo cerebral diminui. O coma mixedematoso pode ser desencadeado pela exposição ao frio e também por uma infecção, um traumatismo e drogas que deprimem a função cerebral (p.ex., sedativos e tranqüilizantes).
Tratamento
O hipotireoidismo é tratado pela reposição do hormônio tireoidiano deficiente, usando-se uma das várias preparações orais disponíveis. A forma preferida é o hormônio tireoidiano sintético, T4. Outra forma, a tireóide seca, é obtida de tireóides de animais. Geralmente, os médicos consideram a tireóide seca menos satisfatória devido à dificuldade para se ajustar a dose e porque os comprimidos possuem quantidades variáveis de T3. 
O tratamento de um indivíduo idoso é iniciado com pequenas doses de hormônio tireoidiano, pois uma dose muito alta pode produzir efeitos colaterais graves. A dose é aumentada gradualmente até a concentração sérica de hormônio estimulante da tireóide retornar ao normal. Normalmente, o indivíduo deverá utilizar o medicamento durante o resto da vida. Em emergências (p.ex., coma mixedematoso), o médico pode administra o hormônio tireoidiano através da via intravenosa.

Tireoidite

A tireoidite, uma inflamação da tireóide, produz um hipertireoidismo temporário que é freqüentemente seguido por um hipotireoidismo temporário ou por nenhuma alteração da função tireoidiana. Os três tipos de tireoidite são a tireoidite de Hashimoto, a tireoidite granulomatosa subaguda e a tireoidite linfocítica silenciosa.

Tireoidite de Hashimoto

A tireoidite de Hashimoto (tireoidite auto-imune) é o tipo mais comum de tireoidite e é a causa mais comum de hipotireoidismo. Por razões desconhecidas, o corpo volta-se contra si próprio em uma reação auto-imune, produzindo anticorpos que atacam a tireóide. Este tipo de tireoidite é mais comum em mulheres idosas e tende a ocorrer em famílias.
 O distúrbio ocorre oito vezes mais freqüentemente em mulheres que em homens e pode ocorrer em indivíduos com determinadas anormalidades cromossômicas, como as síndromes de Turner, de Down e de Klinefelter. Freqüentemente, a tireoidite de Hashimoto começa com um aumento indolor da tireóide ou com uma sensação de plenitude no pescoço. Quando o médico palpa a glândula, ele comumente percebe um aumento de volume da mesma, com uma textura de borracha, mas não dolorosa à palpação.
Algumas vezes, ele palpa nódulos. A tireóide encontra- se hipoativa em aproximadamente 20% dos indivíduos no momento do diagnóstico da tireoidite de Hashimoto. O restante apresenta uma função tireoidiana normal. Muitos indivíduos com tireoidite de Hashimoto apresentam outros distúrbios endócrinos como, por exemplo, o diabetes, a hipoatividade adrenal, a hipoatividade das paratireóides e outras doenças auto-imunes (p.ex., anemia perniciosa, artrite reumatóide, síndrome de Sjögren ou lúpus eritematoso sistêmico).
 O médico solicita provas da função tireoidiana em amostras de sangue para determinar se a glândula está funcionando normalmente, mas o diagnóstico da tireoidite de Hashimoto é baseado nos sintomas, no exame físico e na presença de anticorpos que atacam a glândula (anticorpos antitireóide), os quais podem ser facilmente dosados em um exame de sangue. Não existe um tratamento específico disponível para a tireoidite de Hashimoto.
 A maioria dos indivíduos acaba apresentando hipotireoidismo e devem manter a terapia de reposição hormonal pelo resto da vida. O hormônio tireoidiano também é útil para reduzir o aumento de volume da tireóide.

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